Oracle passa por ‘revival’ com demanda por IA; Ação vai ao high histórico   

Larry Ellison e Elon Musk foram jantar recentemente com Jensen Huang, da Nvidia, e ficaram suplicando por mais processadores de inteligência artificial.  

Quem contou a história foi Ellison, o cofundador, CTO e chairman da Oracle, durante uma apresentação da companhia. 

O jantar aconteceu no Nobu de Palo Alto. 

“Eu descreveria o jantar como eu e Elon suplicando a Jensen por mais GPUs,” contou Ellison, em referência às disputadas unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia. 

“Por favor, pegue nosso dinheiro,” disse Ellison, falando sobre o encontro com o CEO da Nvidia. “Pegue mais. Você não está pegando o suficiente. Precisamos que você pegue mais do nosso dinheiro, por favor.” 

“Funcionou,” disse o chairman da Oracle. 

Ellison falou sobre o jantar depois de ter feito uma comparação da corrida da inteligência artificial com as disputas em uma prova da Fórmula 1: há múltiplos competidores, três vão ao pódio, mas existe apenas um vencedor. 

A demanda por GPUs é enorme porque a vantagem de ser o primeiro em criar uma rede de sistemas neurais de IA é um ‘big deal,’ disse Ellison – seja em carros autônomos, na biópsia de tumores, no desenvolvimento de moléculas, ou na criação de vídeos e filmes. 

“Ser o primeiro é muito importante,” disse Ellison. “Os caras que estão nessa corrida são muito talentosos – e eles sabem que precisam ser o melhor em alguma coisa.” 

O fundador da Oracle disse que estão sendo construídos clusters de data centers com “acres de GPUs.” 

Para desenvolver e treinar um único modelo de IA que esteja na fronteira, o investimento é “astronômico,” da ordem de US$ 100 bilhões, disse Ellison. 

“Isso põe você no jogo,” afirmou. “Coloque os seus US$ 100 bilhões e você estará na corrida. Não haverá muitas empresas nem muitos países que participarão dessa disputa.” 

O consumo de energia – assim como o de dólares – também será astronômico. 

A Oracle tem licença para construir três reatores nucleares que vão alimentar seu novo cluster em construção, no qual haverá um supercomputador com 131.072 GPUs Blackwell, a nova geração de processadores de IA da Nvidia. 

(O Pégaso, da Petrobras, considerado o maior supercomputador da América Latina, tem 2.016 GPUs A100 da Nvidia.)

A Oracle vem conseguindo se colocar como uma das principais fornecedoras de nuvem para inteligência artificial – e seus resultados recentes bateram as expectativas dos analistas. 

As ações subiram 14% na semana passada, reagindo aos bons números do balanço e ao guidance para os próximos trimestres. No ano, os papéis da companhia acumulam valorização de 63%, ficando atrás apenas da Nvidia entre as large caps, e no seu pico histórico.

Ellison, que acaba de chegar aos 80 anos e detém cerca de 40% da companhia, disparou para o segundo lugar entre os homens mais ricos do mundo, superando Jeff Bezos. 

Ellison possui agora uma fortuna de US$ 206 bilhões, de acordo com o ranking em tempo real da Forbes. Bezos tem US$ 203 bi. No topo segue Musk, com US$ 252 bilhões. 

Fundada em 1977, a Oracle é a terceira maior empresa de software do mundo, e passa por um revival graças à inteligência artificial. Nasceu em Santa Clara, na Califórnia, mas sua sede atual é em Austin, Texas. 

Pelos números apresentados na semana passada, há uma sólida demanda contratada para os próximos anos. A companhia espera faturar US$ 66 bi no ano fiscal de 2026 e deu um guidance de US$ 104 bi para 2029. O lucro por ação deve subir 20% ao ano em média. 

No último trimestre, a receita com nuvem avançou 45%, um salto superior ao de Microsoft, Amazon e Google. 

Para suprir o boom de demanda, a companhia vem investindo como nunca. Segundo a CEO Safra Catz, o capex vai praticamente dobrar este ano. 

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