Ackman monta posição na Brookfield e diz que ação pode dobrar

A Pershing Square — a gestora de Bill Ackman — montou uma posição de US$ 2,6 bilhões na Brookfield, apostando que a gigante da gestão de recursos e infraestrutura pode mais do que dobrar nos próximos anos.

A posição, que vem sendo montada desde abril, equivale a 2,2% do capital da empresa canadense, que vale quase US$ 100 bilhões na Bolsa de Nova York.

Para a Pershing Square, a aposta é relevante. Segundo o The Globe and Mail, a posição é a segunda maior do portfólio de Ackman, respondendo por 10,6% do total — e à frente de posições históricas da gestora como Alphabet, Hilton e Restaurants Brands International.

A Brookfield é uma holding com três linhas de negócio: a Brookfield Asset Management (BAM), focada em real estate, infraestrutura, energia renovável e crédito, e que tem quase US$ 1 trilhão em ativos; investimentos proprietários, principalmente em ativos imobiliários e de infraestrutura; e uma seguradora, o negócio mais recente do grupo.

Nos últimos 12 meses, a ação da Brookfield sobe 69%, mas Ackman acredita que o papel ainda tem bastante chão para andar.

Numa call com analistas na semana passada, Ackman disse que espera que o lucro com fees da Brookfield Asset Management quase dobre até 2028, gerando um fluxo de caixa constante e relevante para a holding.

“Achamos que as ações podem mais do que dobrar nos próximos anos,” Charles Korn, um sócio de Pershing Square, disse na call, acrescentando que a empresa está muito descontada comparada com seus peers.

Nas contas da Pershing Square, a Brookfield negocia a 15x seu lucro estimado para este ano, em comparação a 27x da KKR e a 22x da Apollo Global Management.

Parte deste desconto tem a ver com o desconhecimento da tese pelos gestores americanos.

Korn disse que apesar de seu tamanho, a Brookfield ainda voa abaixo do radar dos gestores americanos, “mas este é um problema que o management já está tentando endereçar.”

A Brookfield tem tomado medidas para aumentar a liquidez do papel e para incluir sua ação nos principais índices do mercado americano — o que atrairia um fluxo garantido de fundos passivos. Recentemente, a companhia também mudou sua sede para Nova York para estar mais próxima de seus investidores.

Além do valuation barato, a Pershing Square está apostando que a Brookfield será uma das beneficiárias da eleição de Donald Trump — que promete um afrouxamento nas regulações e um approach mais amigável com as grandes corporações.

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