Da ‘house of brands’ à ‘house of influencers’: o que Rony viu na Norte Media

Com mais de 3 milhões de seguidores na internet, a influenciadora fitness Manuela Cit usou essa audiência para criar seu próprio negócio: uma marca de gummies vitaminadas com creatina.

Lançada há menos de dois anos, a Guday deve faturar R$ 80 milhões este ano – oito vezes a receita registrada no ano passado. 

Mas a Guday não é um voo solo da influencer. 

Ela é a primeira aposta da Norte Media, uma startup focada na criação de marcas para influenciadores que quer ser uma espécie de “P&G da creator economy”, nas palavras ambiciosas de Gabriel Delgado, que fundou a empresa ao lado de Enzo Moreira e João Leão.

O modelo de negócios chamou a atenção de Rony Meisler – o fundador da Reserva e ex-sócio da Azzas2154 – e de seu Rebels Ventures, um fundo de VC lançado há dois meses para investir em empresas de saúde e bem-estar.

O valor do aporte não foi divulgado. 

Como Rony descobriu a oportunidade? Indo ao nutricionista.

“A minha nutricionista comentou sobre os gummies de creatina da Manu Cit. Aquilo me chamou atenção. Entrei no Instagram, mandei uma mensagem para eles e a conversa começou,” Rony disse ao Brazil Journal

A Norte é fruto de uma amizade iniciada na faculdade. Os três fundadores se conheceram durante o curso de administração da Link School of Business e, depois de formados, foram conhecer o Vale do Silício. 

Por lá viram a força da creator economy – que segundo a Goldman Sachs deve movimentar US$ 480 bilhões até 2027 – e conheceram o conceito de house of brands para os influenciadores. 

Rony diz que a Guday já é um “fenômeno” por ter criado um produto que tem demanda, desejo e recorrência – a creatina é um suplemento de ingestão diária. 

Mas a Norte não quer parar nas gummies. Os fundadores querem lançar uma marca nova por ano com um influenciador diferente. Ao mesmo tempo que o creator será a “cara” do negócio, a ideia é não criar uma marca com o nome totalmente ligado à celebridade.

No modelo de negócio, o influenciador recebe uma participação de equity, mas a Norte sempre fica como majoritária. 

“Nós fazemos o investimento inicial em toda a operação, e o influenciador está no contrato social junto conosco e faz parte tanto dos momentos positivos quanto dos negativos,” disse Delgado.

Os fundadores também descartam entrar em mercados como moda e alimentação.

Segundo Rony, a Rebels Ventures não vai entrar apenas com dinheiro, mas também como uma espécie de “copiloto”. “Não para dirigir, mas para ajudar o avião a voar mais alto,” disse. 

Apesar de se colocar como uma startup, a Norte Media não tem tecnologia por trás – o que abre espaço para concorrentes seguirem no mesmo caminho.

Rony pensa diferente.

“Sobre o produto: sempre poderão copiar o que a gente já fez – mas jamais conseguirão copiar o que ainda vamos fazer,” disse. 

Além das gummies de creatina, a Guday lançou balas de melatonina, e deve ter mais produtos em breve – alguns, segundo os fundadores, inéditos no Brasil. 

A Norte também começou a organizar corridas de rua vinculadas à Guday. Chamada de Good Run, uma das edições em São Paulo chegou a atrair 4 mil pessoas. 

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