O novo chefe da Havaianas

Mais um executivo do setor de alimentos vai ter uma posição relevante na Alpargatas.

Seis meses após o ex-presidente da Mondelez, Liel Miranda, assumir como CEO da Alpargatas, a empresa acaba de contratar o atual presidente da Kraft Heinz no Brasil, Fernando Rosa, para comandar a marca Havaianas no Brasil, cargo estava vago desde janeiro. 

Rosa, que vai assumir o cargo em 16 de setembro, também já teve passagens pela Coca-Cola, BRF, Pepsico e Danone.

Na Havaianas, seu principal desafio será fazer a marca voltar a crescer ao mesmo tempo em que entrega margens mais saudáveis. 

No ano passado, a receita líquida da marca no País foi de R$ 2,7 bilhões, uma queda de 6,8% em relação a 2022. Em volume, foi ainda pior: a empresa vendeu 185 milhões de pares, 13,4% a menos na comparação anual.

Já no primeiro tri houve alguns sinais de recuperação. A receita líquida teve alta de 14% ano contra ano para R$ 655 milhões. 

A margem bruta, por sua vez, subiu 5,1 pontos e chegou a 40,5% no mesmo período. O número ainda está abaixo dos resultados históricos: no primeiro tri de 2021, por exemplo, a margem bruta foi de 42,3%. 

A queda na rentabilidade e na lucratividade vem punindo a ação da Alpargatas. Nos últimos doze meses, a ação cai 10% e desaba 86% desde o high em agosto de 2021.

Além de proteger a posição de liderança da marca, Rosa terá que “avançar em novos mercados de crescimento e em todas as categorias,” a Alpargatas disse no comunicado anunciado a contratação.

Rosa também fará parte do comitê executivo global da empresa e responderá diretamente a Liel. 

Nos últimos seis anos em que trabalhou na Kraft Heinz, Rosa ocupou os cargos de diretor de trade marketing e diretor comercial. Em dezembro de 2020, assumiu o cargo de presidente com a missão de “abrasileirar” os produtos. 

No ano seguinte, a Kraft Heinz comprou a Hemmer, a empresa familiar de Santa Catarina que concorria com ela em mostarda e ketchup.

A ação da Alpargatas negocia perto de sua mínima histórica. A empresa, controlada pela Itaúsa e Cambuhy, vale R$ 5,5 bilhões na Bolsa. 

A companhia negocia a 14x o lucro estimado para 2025, enquanto a mediana da indústria é 11,2x. 

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