A Pipo – uma corretora digital de saúde e benefícios corporativos – acaba de receber um aporte de R$ 35 milhões.
O novo aporte – uma extensão da Série A de R$ 120 milhões em julho de 2021 – teve a participação de investidores que já eram acionistas da empresa (Thrive Capital, Monashees e Kaszek) e atraiu também a Enseada (o family office da família Larragoiti, fundadora do SulAmérica), a Scale Up Ventures e a FJ Labs, um fundo americano voltado para marketplaces.
Segundo a fundadora e CEO Manoela Mitchell, uma ex-analista de empresas de saúde em fundos como o Temasek e a Actis, a extensão de hoje atribui à Pipo um valuation maior do que a Série A.
Os recursos da extensão devem ser usados tanto na expansão inorgânica – a Pipo fez seu primeiro M&A no ano passado – quanto na aceleração de parcerias com corretoras.
Este ano, a Pipo fez uma parceria com a Fidati, que tem uma carteira de cerca de 20 mil vidas, para a corretora usar a plataforma da Pipo para vender planos de saúde.
“É muito parecido com o modelo de agente autônomo da XP,” disse Manoela ao Brazil Journal. “Pagamos uma bonificação e passamos a ter a exclusividade com a corretora.”
A Pipo criou uma ferramenta que cruza diversos atributos de mais de mil planos de saúde disponíveis no mercado – desde rede de cobertura até nível de reembolso – para oferecer o plano que mais se encaixa na necessidade do cliente.
A empresa cresceu mais de 10x desde 2021, segundo a CEO. O faturamento da Pipo foi de R$ 25 milhões no ano passado, e a meta é dobrar anualmente até 2026, quando a empresa teria uma receita de R$ 200 milhões.
Manoela prevê que o breakeven também será alcançado em 2026 – e que não haverá necessidade de novos aportes para colocar esse plano em prática.
Fundada em 2020, a Pipo usa inteligência artificial e big data para aumentar a eficiência de um setor ainda bem arcaico tecnologicamente: as corretoras de saúde.
A startup também tem trabalhado para atacar a sinistralidade e, consequentemente, os altos reajustes.
A healthtech criou a Pipo Cuida, uma plataforma que faz o mapeamento dos hábitos de saúde dos colaboradores. A plataforma trabalha principalmente na prevenção – alertando um segurado que ele não faz um check-up há um tempo, por exemplo – e também cruza a utilização do plano pelo funcionário.
“Se esse cliente vai muito ao pronto-socorro, por exemplo, nós fazemos um plano de ação para entender qual o problema de saúde dele e ajudamos a marcar uma consulta com um especialista,” disse Manoela.
Com esse tipo de funcionalidade, Manoela disse que a Pipo reduziu em 9% o custo dos clientes e também diminuiu em 20% o reajuste anual das empresas. A empresa tem R$ 600 milhões de prêmios administrados, além de 150 mil vidas divididos em 200 clientes – e calcula já ter economizado R$ 50 milhões em reajustes.
A empresa precisou passar por ajustes no ano passado.
A Pipo deixou de lado sua carteira de clientes PMEs e a repassou a uma outra healthtech, a Piwi. Resultado: 70 pessoas, cerca de 22% do quadro da Pipo, foram demitidos.
“As empresas maiores são as que têm mais problemas com planos de saúde, por isso decidimos mudar a estratégia,” disse a CEO.
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