Gabriel Lobo – o CFO do Grupo Soma nos últimos sete anos — acaba de assumir o mesmo cargo na Vitru Educação, a líder do mercado de ensino à distância no Brasil e dona das marcas Uniasselvi e UniCesumar.
O executivo começou hoje na posição que estava vaga desde maio, quando Carlos Freitas deixou a companhia. O cargo vinha sendo ocupado interinamente pelo CEO William Mattos.
Na Vitru, Gabriel terá o desafio de dar sequência à redução da alavancagem da empresa, que já caiu de 5,1x EBITDA em dezembro de 2022 para 2,5x no segundo tri deste ano. A ideia é abrir espaço no balanço para movimentos estratégicos, como M&As.
“O direcional para o futuro é esse: a manutenção da geração de caixa e a continuidade da redução da alavancagem, seja pela geração de caixa ou pelo aumento do EBITDA,” Gabriel disse ao Brazil Journal.
Segundo ele, nos preços atuais a companhia não acha que faria sentido fazer um follow-on, o que poderia acelerar esse processo. “Mas havendo uma reação da ação para um patamar minimamente satisfatório, existe um interesse sim em levantar capital com o mercado,” disse ele.
A ação da Vitru negocia hoje a apenas 3,5x o lucro estimado para o ano que vem. O papel sai a R$ 10,35, com a empresa valendo R$ 1,4 bilhão na B3.
Gabriel vai agregar para a Vitru sua experiência numa das maiores empresas de varejo de moda do Brasil.
Ele entrou no Soma em 2017, quando o grupo ainda era uma companhia “familiar, de capital fechado e com muitos sonhos.” Gabriel assumiu a área financeira e de M&As e se dedicou a organizar a casa, com melhoria de processos e reperfilamento da dívida.
Mais tarde, liderou o processo de IPO — no meio de uma pandemia que devastou o varejo — e, depois, participou da aquisição da Hering e do processo de fusão com a Arezzo&Co.
Sua saída do grupo aconteceu por conta da fusão, já que a diretoria financeira da empresa combinada ficou com Rafael Sachete, da Arezzo.
Gabriel disse que “até tinha outras possibilidades no grupo, mas achei que era o momento de dar um step away do negócio e ver e viver outras coisas.”
A opção pela Vitru teve a ver com o fato da empresa “ser líder no mercado digital, e estar bem posicionada para o novo mundo.”
“Quando se fala de inteligência artificial, ninguém tem mais capacidade de jogar a IA a favor da educação do que a gente,” disse ele. “Além disso, a correlação entre varejo e educação é grande, então tem muita coisa que eu vou poder trazer dos aprendizados que tive no Soma.”
Gabriel também disse que vai ajudar a Vitru em seu processo de aproximação com as gestoras brasileiras, depois que a companhia concluiu há alguns meses seu processo de migração da Nasdaq para a B3.
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