Jacó é um restaurante fine casual, misturando um ambiente informal com uma cozinha criativa e sofisticada, de referência escandinava, numa casa dos anos 50 na Vila Madalena.
A poucos meses de completar seu primeiro ano, o Jacó vem ganhando público graças à sua simplicidade e autenticidade.
À frente da cozinha está Iago Jacomussi, um chef de apenas 25 anos recentemente indicado pela Veja Comer & Beber como Chef Revelação. (O nome do estabelecimento faz referência ao seu sobrenome.)
Placas de metal e vidros revestem a casa antiga, mantida em grande parte intacta pela reforma. De dia, as paredes brancas e a luz natural realçam as cores e a estética dos pratos.
À noite, a luz é mais branda e o lugar ganha um tom intimista – mas a falta de uma iluminação nas mesas, mesmo que soft, é um ponto a ser revisto. Além de saborosos, os pratos são esteticamente primorosos, mas não podem ser vistos perfeitamente à noite por conta dessa baixa iluminação.
Após concluir seus estudos na Le Cordon Bleu, a primeira experiência de Iago em uma cozinha profissional foi ao lado do chef Luiz Filipe Souza, do Evvai, de quem ele fala sempre com carinho e admiração.
O chef também carrega na bagagem a cozinha do Maní, de Helena Rizzo, e a do Jean-Georges do Palácio Tangará.
Depois de trabalhar nesses lugares, Iago decidiu que precisava de experiências fora do Brasil e entrou em contato com restaurantes respeitados na Europa.
O primeiro a recebê-lo foi o Belcanto, o duas estrelas Michelin comandado pelo chef José Avillez em Lisboa.
Na sequência seguiu para Copenhague, onde estagiou no disputado Jordnær (pronuncia-se “iórner”). “Nunca vi um ambiente tão organizado,” disse Iago, ainda admirado.
Ao retornar ao Brasil com a cabeça fresca depois dessa temporada de aprendizado, Iago achou que era o momento de assinar seus próprios pratos.
Ao lado de sócios – um deles a Engefood, que equipou toda a cozinha do restaurante – abriu o Jacó em janeiro.
Em seu primeiro menu, tentou fazer algo mais confortável, reduzindo a margem de erro. Mas oito meses depois, já consegue ousar e deixar a criatividade de sua equipe florescer. Trata-se de um chef democrático, que permite que todos opinem.
O restaurante não segue uma linha única. O chef disse ao Brazil Journal que adora fazer fusões, como unir a gastronomia europeia um pouco mais tradicional com elementos asiáticos, a exemplo de um dos pratos do menu atual, que consiste na junção de um purê de ervilha com tahine, agnolotti de queijo boursin de cabra e molho xo, que é um molho de pimenta chinês e alho crocante (R$ 78,00). Uma torre de Babel de ingredientes que acaba fazendo todo sentido no paladar.
O Jacó não possui um menu tradicional com entradas e pratos principais, por isso é o lugar ideal para pedir pratos variados e compartilhar.
Os drinks são igualmente fora da caixa, assinados pela bartender Chula, campeã do Comer & Beber em 2022. Um deles, por exemplo, mistura o xarope de coentro com o fernet (um aperitivo italiano). É um drink “fácil” de tomar, porém complexo ao paladar, unindo dois elementos que não costumam agradar a todos.
Esse é o jeito Jacó: cool e nada óbvio.
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